O Barroco é um período literário marcado pela contradição e pelos contrastes. O escritor pertencente ao movimento estava sempre dividido entre sucumbir aos prazeres da carne e buscar a salvação divina. As características mais evidentes do barroco são:

• antítese (tristeza e alegria/claro e escuro);
• linguagem rebuscada;
• uso de hipérboles;
• utilização de jogo de palavras;
• pessimismo;
• literatura moralista.

Esse movimento está intensamente ligado a Unificação da Península Ibérica em 1580 e surgiu durante grandes dúvidas econômicas e religiosas na Europa. Em Portugal o estilo também era chamado de Seiscentismo, enquanto isso no Brasil, o surgimento do Barroco se deu após a publicação do poema Prosopopeia, de Bento Teixeira, lançado em 1601. O Barroco brasileiro só terminou após a fundação da Arcádia Ultramarina com publicações de Cláudio Manuel da Costa.

Os principais autores desse período são o Padre Antônio Vieira e Gregório de Matos. O padre é um autor mais conhecido no movimento pelas suas cartas e sermões. Português, ele veio com a família para o Brasil quando ainda era uma criança e posteriormente ingressou na Companhia de Jesus. Um de seus textos mais famosos é o Sermão da Sexagésima.

Gregório de Matos é um baiano, filho de portugueses, que se formou em direito pela Universidade de Coimbra. Considerado o melhor autor desse período, ele é muito conhecido pelas suas poesias satíricas. Escrevia poemas eróticos satíricos e líricos. Além disso, gostava de criticar a sociedade baiana em seus poemas. Por causa do seu tom, recebeu o apelido de Boca do Inferno.

Trecho da poesia de Gregório de Matos:

"Que falta nesta cidade? Verdade.

Que mais por sua desonra? Honra.

Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.

 

O demo a viver se exponha,

Por mais que a fama a exalta,

Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha."