homem estatuaGeralmente, os gêneros líricos fazem a ligação com a subjetividade, muitas vezes, encontrada nas poesias, motivo da proximidade com esse estilo. Na escrita lírica, existe toda uma estrututra estilística que é manifestada a partir das emoções e sentimentos da chamada voz lírica (representa o pensamento do sujeito que narra ou o personagem da poesia ou poema).

Os gêneros líricos apresentam riqueza tanto no vocabulário quanto na fonética, além de mexer com as emoções do seu público. Ele usa diversos artifícios encontrados na língua para poder, livremente, escrever os determinados assuntos.Os fatos e acontecimentos são muito importantes para a inspiração do autor de um texto lírico. Fazem parte desse gênero a ode, o hino, o soneto, elegia, idílio, écloga, epitalâmio, sátira, etc.

Ode

A ode, de origem grega é um estilo lírico, oriundo da Grécia, que significa canto. De acordo com o dicionário, ode significa poesia laudativa ou amorosa, dividida em estrofes simétricas. Na Grécia, as odes eram cantadas na companhia de uma lira, instrumento musical de cordas, parecida com uma harpa, porém, muito menor.

A ode é um canto de exaltação de alguma coisa. Antigamente, se faziam odes ao mar, mulheres, natureza, a outros diversos temas sentimentais como a tristeza e a alegria, por exemplo. Aliás, compositores como Beethoven e Purcell, usaram a ode em suas composições. Na literatura lusitana, escritores como Luís de Camões, Fernando Pessoa e Miguel Torga utilizam esse tipo de escrita.

Um trecho da Ode Triunfal de Álvaro Campos (heterônimo de Fernando Pessoa):

“À dolorosa luz das grande lâmpadas elétricas da fábrica

Tenho febre e escrevo.

Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,

Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

 

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!

Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!

Em fúria fora e dentro de mim,

por todos os meus nervos dissecados fora,

Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!

Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,

De vos ouvir demasiadamente de perto,

E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso

De expressão contemporâneo de vós, ó máquinas!...”

Hino

Normalmente, os hinos são canções de louvor ou adoração. Eles estão presentes tanto na tradição cristã quanto na história de países, equipes esportivas, na literatura, etc. Na tradição judaica, em alguns livros, principalmente o de Salmos, existem canções de adoração a Deus, pelo rei Davi, o rei Salomão, Asafe (músico de Davi) e os filhos de Corá (músicos do templo de Jerusalém). Moisés, Débora e outros também escreveram hinos.

Cada país tem o hino próprio, bem como a bandeira e as equipes esportivas. Porém, é mais comum na tradição judaico-cristã esse gênero.

Soneto

Os sonetos, originários da Itália – Sonetto, significa um pequeno som. Eles são compostos por 14 versos, sendo os duas primeiras estrofes constituídas de quartetos e mais duas com tercetos. A forma do soneto é AB-AB-AB-BA-CD-CD-CD. Os sonetos possuem um início, um desenvolvimento e uma conclusão, que se encerra com uma chave de ouro.

Essas formas literárias foram criadas no século XIII, em Sicília, na Itália. A partir daí se desenvolveu e ganhou estrutura. O português Sá de Miranda, introduziu o gênero literário em seu país, trazendo os quartetos e tercetos, juntamente com os decassílabos. Luís de Camões aderiu ao estilo e compôs muitos sonetos com a métrica de dez sílabas. O soneto Shakespeariano, possui três quartetos e uma estrofe com dois versos apenas, chamada de dístico.

Muitos artistas da áreas poéticas e musicais encorporaram os sonetos em suas obras, são eles: Tchaikovsky, Antonio Vivaldi, William Shakespeare, Aleksandr Pushkin, Charles Baudelaire, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos, Luís Vaz de Camões, dentre outros.

Gêneros Dramáticos

Os textos de origem dramática são principalmente destinados para peças teatrais. Eles são mais voltados para encenações. Entretanto, os textos precisam ser convertidos para o formato de roteiro, até que possam ser utlizados em peças teatrais. A estilística dos textos dramáticos se diferencia dos demais por não ter um narrador, além de ter um outro texto de apoio indicando como deve ser pronunciado.

Existem outros tipos de gêneros, subclassificados, como: a elegia, a epitalâmia, a sátira, a farsa, a tragédia, os haicais, a poesia de cordel, a comédia, drama, melodrama, mistério, vaudeville, mistério, pantomima, tragicomédia, etc.