folha escritaO movimento literário, conhecido como Quinhentismo ou literatura de informação, trata das primeiras obras produzidas em terras Tupiniquins. A nova escola literária se desenvolveu no século XVI, com a chegada dos portugueses, no descobrimento do Brasil. O Quinhentismo ocorreu na mesma época do Classicismo português. Iniciou no período de expansão territorial dos países europeus e nas Grandes Navegações.

Quando a comitiva de Pedro Álvares Cabral partiu de Portugal à procura de novas terras, levaram consigo um escrivão, Pero Vaz de Caminha, que iria redigir alguns relatórios para deixá-lo a par de toda a situação. A partir daí, teve início a literatura de informação. Caminha descreveu os nativos, a terra e outros elementos contidos nela. Isso se tornou um grande documento histórico, além, é claro, de seu papel literário.

Outra forma literária surgiu após a chegada dos jesuítas na terra do pau-brasil: a Literatura Catequética ou Literatura Jesuítica. Como consequência da Contrarreforma, tinha o intuito de catequizar os indígenas. Nesse período, o Padre José de Anchieta escreveu vários sermões, poesias, peças teatrais, tudo de cunho bíblico. Uma característica das obras do jesuíta eram as semelhanças que elas tinham com o Barroco.

José de Anchieta começou a estudar a língua nativa, o tupi-guarani, e teve como resultado a confecção da primeira gramática da América Portuguesa, a gramática da língua geral. Além disso, ele produziu suas obras nas línguas portuguesa, tupi, castelhano e latim.

Abaixo, segue um trecho da Carta a El Rey D. Manuel, escrita por Pero Vaz de Caminha:

“Entre todos estes que hoje vieram não veio mais que uma mulher, moça, a qual esteve sempre à missa, à qual deram um pano com que se cobrisse; e puseram-lho em volta dela. Todavia, ao sentar-se, não se lembrava de o estender muito para se cobrir. Assim, Senhor, a inocência desta gente é tal que a de Adão não seria maior — com respeito ao pudor...”.